Com história de embates históricos, Flamengo e Atlético Mineiro escreverão mais um capítulo de uma das maiores rivalidades interestaduais do Brasil. O vencedor fica com o título da Copa do Brasil
Flamengo e Atlético Mineiro se enfrentam neste domingo (3), às 15h (horário de Manaus), no Maracanã, no primeiro confronto da final da Copa do Brasil. Com décadas de rivalidade e uma história repleta de jogos marcantes, o duelo entre as equipes ultrapassa a decisão de um título, trazendo à tona uma das disputas interestaduais mais emblemáticas do futebol brasileiro. O segundo e decisivo confronto acontecerá no dia 10, na Arena MRV, em Belo Horizonte, onde o campeão será consagrado.
O embate entre Atlético e Flamengo começou a ganhar contornos de rivalidade intensa em 1980, quando os dois clubes se enfrentaram na final do Campeonato Brasileiro. Naquele ano, as duas equipes viviam uma fase dourada, com elencos que ficaram marcados na história do futebol.
De um lado, o Atlético do técnico Procópio Cardozo contava com o talento de Reinaldo, Toninho Cerezo e Éder Aleixo, enquanto o Flamengo era liderado por Zico, Júnior e Adílio, sob a orientação do técnico Cláudio Coutinho. No jogo de ida, disputado no Mineirão, o Atlético saiu vitorioso com um gol de Reinaldo. O Flamengo, por sua vez, recebeu o Atlético no Maracanã para a partida decisiva, e, reforçado pelo retorno de Zico, venceu por 3 a 2 em um jogo cercado de polêmicas.
Confusão e W.O.
A disputa voltou a esquentar em 1981, na Libertadores. Atlético e Flamengo se encontraram novamente, desta vez na fase de grupos, e ambos empataram em pontos, exigindo um jogo-extra para decidir o classificado. O palco do confronto foi o Serra Dourada, em Goiânia, e o árbitro José Roberto Wright foi escolhido para apitar a partida. No entanto, Wright se tornou o protagonista de um dos episódios mais controversos do futebol sul-americano.
Logo no início do jogo, ele expulsou Reinaldo – por falta por trás cometida em Zico -, e, minutos depois, com o clima bastante tenso dentro do gramado, Éder Aleixo, Palhinha e Chicão, todos do Atlético, levaram vermelho. Quando o goleiro João Leite também foi expulso, o Galo foi declarado derrotado por W.O., enquanto o Flamengo avançou na competição, conquistando não só a Libertadores, mas também o Mundial de Clubes daquele ano.
Outros confrontos históricos
Outros duelos ao longo das décadas serviram para manter viva essa rivalidade. Em 1987, os clubes se encontraram na semifinal da Copa União. O Flamengo, com Zico, Renato Gaúcho e Bebeto, eliminou o Atlético no Mineirão, avançando para conquistar o título.
Em 2004, foi a vez do Atlético se vingar, aplicando a maior goleada da história do confronto: 6 a 1 no Flamengo em uma partida do Campeonato Brasileiro, resultado que ficou marcado para ambas as torcidas.
Em 2014, a rivalidade ganhou novo impulso com a semifinal da Copa do Brasil. O Flamengo venceu o jogo de ida no Maracanã por 2 a 0 e parecia encaminhar sua classificação, mas, no jogo de volta, o Atlético realizou uma virada histórica, vencendo por 4 a 1 no Mineirão e avançando para conquistar o título daquela edição.
Nos últimos anos, a rivalidade continuou a render grandes confrontos. Em 2021, o Atlético levou a melhor sobre o Flamengo no Campeonato Brasileiro, garantindo o título nacional, enquanto o time carioca ficou com o vice. Em 2022, os dois clubes disputaram a Supercopa do Brasil, e, após um empate em 2 a 2, o Atlético venceu nos pênaltis, adicionando mais um troféu ao seu histórico de conquistas contra o rival.
‘Inferno’ já começou
Mais tarde, naquele mesmo ano, Atlético e Flamengo se encontraram novamente na Copa do Brasil, nas oitavas de final. Após vencer a primeira partida por 2 a 1, o Galo enfrentou o Rubro-Negro no Maracanã em um jogo de alta tensão, no qual Gabigol, prometeu transformar o estádio em um “inferno” para o time mineiro. O atacante estava certo e a equipe carioca respondeu à altura, vencendo por 2 a 0 e garantindo a classificação.
Além dos embates em campo, a rivalidade entre Atlético e Flamengo é alimentada pelos bastidores e declarações inflamadas de ambos os lados. Antes da final, o presidente do Galo, Sérgio Coelho, pediu à CBF o uso do impedimento semiautomático, mencionando as polêmicas históricas e afirmando que a tecnologia garantiria um jogo ‘limpo’. Marcos Braz, vice-presidente de futebol do Flamengo, rebateu com ironia, afirmando que ‘a pressão do Atlético já é um hábito de 40, 50 anos’.
Como vem o Flamengo?
Recuperados de lesão, Alex Sandro e David Luiz voltaram a trabalhar com o elenco do Flamengo nesta semana e não devem ser problema para o primeiro jogo da final da Copa do Brasil.
O lateral-esquerdo ficou fora dos dois últimos jogos do Flamengo por conta de um desconforto no músculo posterior da coxa direita. Já o zagueiro apresentou dor bilateral no tendão e no tornozelo e também ficou fora da viagem para Porto Alegre para enfrentar o Internacional, que terminou no empate em 1 a 1.
No entanto, a equipe comandada pelo técnico Filipe Luís tem duas baixas confirmadas por suspensão para o duelo: Erick Pulgar e Bruno Henrique. Sem o volante, Allan e Léo Ortiz disputam uma vaga na posição. No ataque, Gonzalo Plata deverá ser o substituto.
Como vem o Atlético-MG
Na manhã de sexta-feira, o elenco do Atlético se reapresentou na Cidade do Galo. O técnico Gabriel Milito comandou um treino técnico e tático em dois dos campos do CT.
Os meio-campistas Matías Zaracho e Bernard foram liberados pelo departamento médico e estão à disposição de Milito para a sequência da temporada.
O Atlético viaja para o Rio de Janeiro na tarde deste sábado, após o último treino preparatório pela manhã. O volante Fausto Vera e o atacante Deyverson são desfalques certos, pois já atuaram por outros clubes na Copa do Brasil.
