TSE proíbe Bolsonaro de usar 7 de Setembro em campanha

Política

Por: DW Brasil

Ministro do Tribunal Superior Eleitoral entende que houve utilização eleitoral dos atos oficiais e ordena remoção de propagandas com imagens dos eventos. Magistrado acata parcialmente ação apresentada por chapa de Lula.

O ministro do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) Benedito Gonçalves proibiu neste sábado (10/09), em decisão liminar, o presidente Jair Bolsonaro de usar na campanha eleitoral imagens dos eventos oficiais do bicentenário do 7 de Setembro realizados em Brasília e no Rio de Janeiro e determinou que os vídeos quem contêm trechos destes atos sejam removidos.

“O uso de imagens da celebração oficial na propaganda eleitoral é tendente a ferir a isonomia, pois utiliza a atuação do Chefe de Estado, em ocasião inacessível a qualquer dos demais competidores, para projetar a imagem do candidato e fazer crer que a presença de milhares de pessoas na Esplanada dos Ministérios, com a finalidade de comemorar a data cívica, seria fruto de mobilização eleitoral em apoio ao candidato à reeleição”, afirmou o ministro.

Com a decisão, o ministro acata parcialmente uma ação apresentada pela coligação Brasil da Esperança, dos partidos que apoiam a campanha ao Planalto do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A chapa do petista acusou o presidente de abuso de poder político e econômico nos atos de 7 de Setembro, além de uso indevido dos meios de comunicação.

Uso eleitoral dos eventos oficiais

O magistrado entendeu que houve utilização eleitoral dos atos oficiais. “Constato que a ação foi instruída com farta prova documental que comprova os valores envolvidos e demonstra que a associação entre a candidatura e o evento oficial partiu da própria campanha do presidente candidato à reeleição”, destaca Gonçalves.

O ministro ordenou ainda que Bolsonaro e o candidato a vice na chapa do PL, Braga Netto, parem de veicular e removam material de propaganda eleitoral com imagem dos atos. Em caso de descumprimento, o ministro estabeleceu uma pena diária de R$ 10 mil.

Gonçalves também determinou que a TV Brasil, gerida pela Empresa Brasileira de Comunicação (EBC), exclua trechos da transmissão ao vivo do evento que está disponível no YouTube. Entre os trechos solicitados, está uma entrevista de Bolsonaro antes do evento.

“É patente que o teor da entrevista se desviou do enfoque institucional e cívico. A festividade do Bicentenário da Independência é deixada de lado, enquanto Bolsonaro faz uma defesa veemente de seu governo e, enfatizando uma de suas principais pautas de campanha, conclama os espectadores a lutar por sua liberdade, que estaria ‘em jogo’ juntamente com ‘o futuro'”, argumenta o ministro.

Bolsonaro participou na quarta-feira, feriado de 7 de Setembro, de dois atos comemorativos dos 200 anos da Independência do Brasil. Em Brasília e no Rio de Janeiro, os festejos cívicos e militares se confundiram com ações de campanha do candidato à reeleição.

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